Saí com a minha mãe esses dias. Cansados e longe de casa, veio a sugestão:
-Quer ir de metrô?
Imaginei que nunca iria ouvir dela essa frase, já que, na minha cabeça isso era a mesma coisa de fazê-la andar de escada rolante (que, aí sim, ela NUNCA sequer vai cogitar andar). Aceitei, pela distância e pelo cansaço, mas não imaginava que algo tão simples e corriqueiro (inclusive sem nenhuma baldeação) fosse ser tão apavorante pra alguém.
Até onde eu entendia, o problema dela com o metrô seria a sensação de estar "enterrada", principalmente na estação que nós pegamos o trem, onde a plataforma fica 4 andares abaixo da rua. Mas mesmo nos trechos abertos (maioria, inclusive), ela parecia piorar. No mínimo aflitiva essa experiência. E eu perguntava "quer descer?", ela só meneava a cabeça com os olhos fechados (espremidos) mas ficava lá, suando e sofrendo.
Minha mãe sempre foi uma pessoa forte. Sofrida. Levou golpes e golpes da vida, mas continua aí, forte (as vezes não tão firme). Encarou as mais diversas situações desde o tempo que chegou em São Paulo, namorou e casou com meu pai (que por si só já é coisa...), teve e criou os filhos.
Mas uma inofensiva viagem de metrô quase a derrubou. Quase. A peteca dela arrasta, mas não cai.
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